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A Indústria Madeireira Reinventada: Lições das Lutas de Mercado e dos Esforços de Sustentabilidade

Durante a 61ª sessão do Conselho Internacional de Madeira Tropical (ITTC61), realizada em 28 de outubro de 2025, na Cidade do Panamá, o Grupo Consultivo de Comércio (TAG) promoveu sua tradicional Discussão de Mercado, sob o tema “A Indústria da Madeira Repensada: Lições das Dificuldades de Mercado e dos Caminhos para a Sustentabilidade.”

Ivan Tomaselli, Co-Chair do Trade Advisory Group (TAG), abriu o evento e coordenou as sessões de debate. O encontro abordou as tendências emergentes de mercado, as mudanças regulatórias e as respostas do setor privado que estão moldando o comércio internacional de madeira tropical.

Ivan Tomaselli, Co-Chair do Trade Advisory Group (TAG), abriu o evento e coordenou as sessões de debate.

Representantes da América Latina, África e Ásia discutiram as implicações das novas regulamentações comerciais e compartilharam experiências sobre governança florestal, plantações, agregação de valor e manejo comunitário.

Destaque para a América Latina: João Baldasso (CIPEM, Brasil) ressaltou como as plantações florestais na América Latina contribuem para garantir uma oferta global sustentável e competitiva de madeira tropical. Com 19 milhões de hectares de plantações, mais da metade no Brasil, a região vem ampliando a oferta sustentável de madeira para os setores de celulose, compensados, móveis e construção civil. As exportações florestais do Brasil totalizaram US$ 17 bilhões em 2024, com potencial para atingir US$ 25 a 35 bilhões nos próximos anos. No entanto, serão necessários melhorias em infraestrutura e investimentos substanciais (estimados em US$ 220 bilhões) para fortalecer a competitividade e gerar empregos.

João Baldasso (CIPEM, Brasil) refletiu sobre como as plantações florestais na América Latina contribuem para garantir uma oferta global sustentável e competitiva de madeira tropical.

A discussão reforçou que o sucesso da madeira tropical no mercado depende de boa governança, cadeias de suprimento transparentes e competitividade industrial, assegurando benefícios às comunidades e conservação das florestas.

O TAG expressou preocupação com a instabilidade comercial, a incerteza regulatória e os altos custos de conformidade, que podem incentivar o uso de materiais alternativos com maior impacto ambiental.

Foi ressaltada a importância de processos transparentes da CITES, de apoio à implementação do Regulamento Europeu de Desmatamento (EUDR) e de políticas comerciais que fortaleçam o manejo florestal sustentável.

O TAG anunciou um grupo de trabalho para investigar as causas da queda no comércio internacional de madeira tropical e propor recomendações ao Conselho.

Observou-se que, embora mais da metade das florestas do mundo já estejam sob manejo de longo prazo, o conhecimento dos consumidores sobre sustentabilidade ainda é baixo, exigindo melhor comunicação e valorização de produtos sustentáveis.

A sessão concluiu reafirmando que o futuro da madeira tropical depende de governança sólida, transparência nas cadeias produtivas e desenvolvimento industrial competitivo, com benefícios sociais e preservação ambiental.

Você pode acessar a declaração do TAG clicando aqui.

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